DIA NACIONAL DAS BIBLIOTECAS ve5n

Ao tratarmos do assunto em Torres, ocorre-me trazer a ideia não só de reabrir um Depósito de Livros, mas de lançarmos um Movimento amplo para a criação de outro modelo, mais ousado, juntando a almejada construção de uma Casa Municipal de Cultura com uma Biblioteca Parque 3t3m1a

11 de abril de 2025

Não faltam assuntos de grande relevância para serem tratados nesta coluna semanal. Dois deles encheriam livros: 1. O “Tarifaço” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que soterrou a Organização Mundial do Comércio, órgão responsável pela regulação do livre-comércio numa fase de globalização das relações econômicas que disseminaram as cadeias de produção pelo mundo inteiro; 2. A questão da Anistia aos promotores dos 8 de janeiro de 23, cujo Projeto de Lei, conduzido por deputados bolsonaristas que corre o risco de tramitar em regime de urgência na Câmara, podendo ser até aprovado, levando a um confronto com o Poder Judiciário. Não obstante, volto meus olhos para uma questão mais doméstica: Livros e Biblioteca. O dia 9 de abril celebrou do Dia Nacional das Bibliotecas e vale trazer o assunto à baila. Afinal, é inissível que nossa cidade, com 40 mil habitantes, no Estado do Rio Grande do Sul, reconhecido pela excelência de sua educação, que na virada do Império para a República, inclusive, lhe brindou com papel estratégico na Política Nacional, dotada de unidades universitárias como a ULBRA e a Universidade de Caxias do Sul, tenha tido sua biblioteca fechada. Inissível e lamentável.

A existência de Biblioteca é imperativo legal e civilizatório, aqui, pelo caráter social que implica. o aos livros, mesmo na Era Digital, ainda é fundamental à informação, sobretudo qualificada. E é um ambiente de socialização. O mundo padeceu muito com a perda de históricas bibliotecas que poderiam nos ter transmitido o conhecimento de eras adas. O caso mais lamentado foi o incêndio da Biblioteca de Alexandria,  cidade fundada,  não por acaso,  por um líder helênico, Alexandre o Grande, preocupado em disseminar, na rota de suas vitórias militares, a cultura grega. Queima de livros foi, também, um procedimento sempre associado a governos totalitários, quando não colonialistas. Na chegada à América, no século XVI, os espanhóis queimaram grande parte do acerto maia a asteca.

No Brasil, devemos a Dom João VI a criação da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Esta biblioteca é uma das maiores e mais importantes do mundo, possuindo um acervo vasto que inclui obras raras e documentos históricos.  Trouxe com ele, embora tenha chegado mais tarde, o acervo cultural escrito de Portugal. Desde então, o movimento “bibliotecarista” cresceu e multiplicou-se por todo o país até que. em 9 de abril de 1980,  através Dec. 64.831, foi instituída, no país, a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, bem como o Dia do Bibliotecário. A esses profissionais, o nosso reconhecimento pela sua importância na organização dos acervos e informação aos interessados. Um Império, aliás, ficou conhecido historicamente, como guardião da sabedoria: O Império Bizantino, herdeiro oriental do Império Romano, criado por Constantino. Daí sua capital: Constantinopla que sobreviveu até 1453, quando foi conquistada pelos otomanos. O Império Bizantino teve o cuidado de guardar muitas das obras da Idade Clássica, transmitindo-as, mais tarde, aos árabes que as traduziram e verteram para o latim, em sua longa estada na Península Ibérica, daí influenciando as Universidades nascentes na Europa.

 

Bibliotecas parque

Rio de Janeiro – Biblioteca Parque, Centro do Rio (Thomaz Silva/Agência Brasil)

 

Hoje, tal como tem ocorrido com os Museus, as Bibliotecas já nem são apenas depósitos de livros. Tornaram-se espaços de vivência e disseminação cultural, com o à digitalização, imagens e conferências. Alguns, como o Museu de Arte do Rio de Janeiro são sedes de cursos superiores. O mesmo com Bibliotecas. Medellin, na Colômbia, em sua luta contra o domínio do narcotráfico, criou as Bibliotecas Parque.

“Bibliotecas Parque (em espanhol, Parques Biblioteca) são complexos urbanos compostos por edifícios de uso público com arquitetura moderna e amplos espaços abertos para a circulação dos visitantes. Esses espaços públicos, que promovem diferentes tipos de atividades culturais, são o que concede ao complexo urbano o nome de Parque. O edifício central ou eixo do complexo, por ser dotado de uma biblioteca com equipamentos de informática de alta tecnologia, concede o nome de Biblioteca, sendo assim criada a expressão composta “Biblioteca Parque”.”

Este novo modelo de Biblioteca, Parque, tem se disseminado pelo mundo inteiro. Tive ocasião de visitar recentemente, a Biblioteca Parque do Rio de Janeiro, na Av. Presidente Vargas. Outras cidades estão copiando o modelo.

Ao tratarmos do assunto em Torres, ocorre-me trazer a ideia não só de reabrir um Depósito de Livros, mas de lançarmos um Movimento amplo para a criação de outro modelo, mais ousado, juntando a almejada construção de uma Casa Municipal de Cultura com uma Biblioteca Parque. Seria um espaço vivencial para jovens, movimentos sociais, idosos, cidadania em geral para encontros culturais, com o a livros, Internet, filmes, informação cultural etc. Projeto que faria jus a beleza natural que já nos fez A MAIS BELA PRAIA do Estado. Seríamos também reconhecidos como a pioneira em associar dois projetos tão ansiados: Casa de Cultura e Biblioteca, um verdadeiro paraíso, como diria Jorge Luiz Borges : “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de Biblioteca”.




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