Neste 8 de maio no Ocidente e no dia seguinte, 9 de maio, em razão do fuso horário, no Oriente, principalmente na Rússia, celebra-se o Dia da Vitória dos Aliados contra o nazi-fascismo na II Guerra Mundial, travada entre 1939 e 1945. “Este evento histórico não apenas simboliza o fim de um dos conflitos mais devastadores da história, mas também representa a luta pela paz e a reconstrução da Europa. Em Londres, por exemplo, é comum que a população se reúna em Trafalgar Square para recordar os eventos de 1945, enquanto na Rússia, o Dia da Vitória é um feriado nacional, marcado por grandes desfiles militares na Praça Vermelha, em Moscou. O legado do Dia da Vitória vai além da celebração do fim da guerra. Esta data nos lembra da importância da paz, da tolerância e da cooperação internacional. Após a guerra, o mundo se uniu em esforços para reconstruir nações devastadas e estabelecer instituições que promovem a paz, como as Nações Unidas. O Dia da Vitória serve como um alerta sobre os perigos do extremismo e da intolerância, enfatizando a necessidade de diálogo e entendimento entre os povos.” (Só Escola)
Os mais jovens já não sabem muito bem o que ocorreu naquele tempo. Eu, nasci em 1944, no Rio de Janeiro, na Vila Militar, onde fiquei até os 4 anos, filho de pai militar. A escuta pelo rádio sobre as notícias da guerra iam entrando pelos meus inocentes ouvidos e acabariam se prolongando, até os anos da Guerra na Coréia, meados de 1950. Não tenho como desconhecer este Dia da Vitória. Foi um alívio para a família porque significava o fim do risco da convocação de meu pai para o teatro de operações do conflito. Contava minha mãe que assisti em seus braços o retorno dos “pracinhas” sobreviventes da Força Expedicionária Brasileira – FEB –que se deslocaram para a Itália, unindo-se às forças Aliadas contra o extremismo de direita da Itália, Alemanha e Japão – O Eixo – que assolou o continente europeu e o sudeste da Asia, levando o mundo à conflagração que deixaria 50 milhões de mortes, metade dos quais civis russos. A FEB foi uma força militar terrestre composta por 25.834 homens e mulheres que participou na Campanha da Itália, por onde se iniciou a expulsão dos alemães que ali já tinham chegado. Foi incorporada ao V Exército Americano e teve notável desempenho no campo de batalha, onde deixou mais de dois mil mortos. A cidade de Montese, na Itália, até hoje vai às ruas com bandeiras do Brasil cantando o Hino da FEB em reconhecimento aos brasileiros que a libertaram do jugo nazi. Sabiam disso? Sabiam que o glorioso Exército Brasileiro, sob a Presidência de Getúlio Vargas, posicionou-se contra o extremismo nazifascista que hoje ressurge ameaçadora e perigosamente em várias partes do mundo, insinuando-se até mesmo entre nós com mentiras e falsas promessas?
Mas a importância do Brasil não foi apenas terrestre. Uma força aérea, conhecida como “Senta Pua”, também contribuiu para a presença militar do Brasil na Campanha da Itália. Há um belo documentário com este nome e que pode ser visto e divulgado.
Outras contribuições do Brasil, entretanto, têm sido esquecidas. A guerra exigia aço, petróleo e borracha, além de apoio logístico às forças armadas. Neste sentido é bom lembrar o papel da Base Aérea de Parnamirim, ao lado de Natal RN, vastamente usado pelos Aliados, em virtude do fechamento do espaço europeu também cumpriu importante papel. Cerca de 25 mil sertanejos foram, também, deslocados para a extração da borracha na Amazônia, sofrendo todo tipo de agruras como malária, cobras e insetos. Até hoje não foram reconhecidos como combatentes de guerra. Poucos sobreviveram. Neste sentido, é possível dizer-se que o BRASIL teve um papel estratégico na defesa da democracia no mundo, embora pouco reconhecido internamente, contra as forças da extrema direita. VIVA A FEB!
