Vandalismo e furto de acervo acendem sinal de alerta para abandono do Museu Histórico de Torres e3f2p

Recentemente, invasores adentraram no prédio do Museu Histórico de Torres (fechado desde 2022 e praticamente abandonado) . Além de aumentar a depredação do prédio já bastante negligenciado, parte significativa do acervo museológico foi subtraído 2g1h3

23 de maio de 2025

Durante a sessão da Câmara Municipal de Torres de segunda-feira (19 de maio), em seu espaço de tribuna,  a vereadora Carla Daitx (PP) , dentre outros assuntos compartilhou sua indignação sobre a situação que se encontra o antigo prédio da Prefeitura de Torres (na Rua Júlio de Castilhos), onde por algum tempo funcionou o Museu Municipal – equipamento cultural que está desativado há mais de 3 anos, por conta das más condições estruturais do prédio. Carla falou sobre um vídeo mandado para ela, que mostra a grande depreciação da parte interna do prédio:  acervo histórico e materiais do museu estariam espalhados, atirados e até destruídos em parte (sendo que a externa já vem sendo pichada há tempo). O vídeo também expõe que ao menos um invasor estava por lá, irregularmente morando ou eando, pessoa que pode ou não ser o autor do vandalismo no Museu Municipal de Torres. Além de ter aumentado a bagunça do equipamento cultural, o imóvel foi ainda mais depredado e muito do acervo histórico local foi perdido.

FOTO – Em meio a abandono e depredação do espaço, materiais históricos podem esta se tornando lixo 

 

‘maior crime contra um acervo museológico de Torres’ 5t711y

Sobre a situação recente após a invasão ao Museu de Torres, o Historiador Leonardo Gedeon – Membro do Centro de Estudos Históricos de Torres e Região, e que vêm fazendo vistorias e buscando melhorias em prol do espaço esquecido nos últimos anos – descreveu o que viu no museu como ‘o maior crime contra um acervo museológico de Torres’.

“Doações de décadas da comunidade para nosso museu se perderam, um cenário desolador.  Nosso acervo foi subtraído, restando na minha percepção cerca de 30% do que havia. São anuários municipais, leis orgânicas, mapas, coleções iconográficas que não se recuperam mais. Isso sem contar objetos utilitários e louças antigas que se perderam. O que ficou ainda foi uma parte do acervo arqueológico”, lamenta Leonardo. Ele destaca que até a placa de bronze de 1951, que marcava a inauguração do prédio, foi roubada ou acabou num ferro velho.

Léo ressalta que conhece o acervo desde o ano 2000, quando iniciou a higienização do acervo documental, e disse que viu o acervo do museu aumentar com as doações comunitárias durante os anos. “É como um ente querido falecesse. Memória social de uma comunidade foi vilipendiada por pura negligência. Uma tragédia anunciada, infelizmente”. O historiador, inclusive, pede que a comunidade da região de Torres auxilie na tentativa de reaver, pelo menos parte, do acervo perdido (ou seja, rear para as autoridades caso descubram algum objeto de valor histórico)

Além da subtração do acervo, os danos estruturais do prédio são evidentes (foto por Leo Gedeon)

 

Fechamento do lugar foi ordenado 6h2s45

O museu abriga (ou abrigava?) um acervo emblemático da história e arqueologia local, sendo instituição registrada no Instituto Brasileiro de Museu (IBRAM), no centro da paisagem histórica da antiga vila de São Domingos das Torres. E o Jornal A FOLHA Torres esteve visitando o prédio e constatou a situação precária: observando através de vidraças quebradas, se nota materiais históricos preciosos para Torres, dentre moveis, artefatos e documentos históricos ‘atirados’ por lá, mal acondicionados em meio ao abandono do museu.

Tivemos a coincidência de presenciar a chegada, nos arredores do histórico prédio abandonado, de servidores ligados a prefeitura, com máquinas e veículos, na  terça-feira (20) á tarde. Estes estariam cumprindo o que o Secretário Municipal de Obras avisou para a  Mesa Diretora da Câmara ainda na sessão de segunda-feira (a mesma sessão da denúncia da vereadora Carla): foi informado que o prefeito teria mandado fechar o lugar para evitar a continuidade das invasões e depredações.

Nesta sexta-feira (23), o historiador Leonardo Gedeon teria sido avisado  – pelo vereador Moisés Trisch – que as aberturas (portas)que davam o ao museu devem ser fechadas com tijolos, para tentar evitar a entrada de novos invasores.

 

Museu Histórico está fechado desde maio de 2022, exatamente pelos problemas estruturais

 

Três anos de prazo e construção burocratizada 4b5l2i

A reportagem também conversou rapidamente  sobre a situação do Museu Municipal com o secretário de Cultura e Esporte de Torres,  Blando Ferreira – durante o evento público do aniversário de Torres (na Praça XV de Novembro),  na quarta-feira (21).  Blando afirmou que existia um projeto  para  transferir o Museu do prédio  (pelo menos provisoriamente) para outro lugar, para que, ao mesmo tempo,  pudessem  ser feitas algumas reformas do histórico. Mas o secretário disse que, em meio a estes casos de depredação/ invasão da parte interna, a ideia mudou pela ordem de fechar tudo e deixar o material do museu bem guardado, mas mantido  lá no prédio, inclusive  durante a reforma.

Conforme o mesmo Blando, já existe um projeto para a transformação o Prédio da Antiga Prefeitura não só em um museu, mas também em um Centro Cultural – onde funcionaria, além do museu, outras disponibilizações ligadas à cultura de Torres,  como Biblioteca, por exemplo. E salientou que o prefeito teria três anos para acabar de implementar o projeto na totalidade até o final de seu mandato, citando a demora burocrática nos trâmites e ritos de um prédio listado para preservação arquitetônica. Citou a necessidade de licenças prévias várias para a restauração e a necessidade de uso dos mesmos materiais originais, ao invés de uma simples troca (inclusive do telhado), como razões que atrasam consideravelmente a resolução dos problemas no Museu Histórico de Torres,  que terá de ter ainda adaptação à ibilidade (como a existência de elevador), dentre outras exigências.

Segundo salientava o Centro de Estudos Históricos de Torres e Região (CEHTR) – em vistoria realizada no imóvel ainda em maio de 2024 – a proposta do poder público já era locação de um imóvel para realocação emergencial do acervo do Museu Histórico de Torres, dadas as condições atuais do prédio. Já a estimativa para a reforma do prédio histórico – que até alguns anos abrigava a Prefeitura de Torres – era (no ano ado) de cerca de 2 milhões de reais.

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Novo governo já havia se manifestado em janeiro 3s3x4a

Em uma das primeiras reuniões após a posse oficial da gestão Delci Dimer –  realizada em 3 de janeiro no gabinete do vice-prefeito André Pozzi e com a presença do prefeito Delci – o mesmo secretário de Esporte e Cultura, Blando Ferreira (acompanhado pela diretora de Cultura Mini Lages e servidores da secretaria) reforçou o objetivo de dar andamento ao processo de reforma/ restauração do Museu Histórico de Torres (antigo prédio da Prefeitura). O prédio está fechado desde maio de 2022 e, segundo informaram, o processo seria iniciando com o laudo técnico do telhado, para avaliação e posterior aprovação do projeto. “A verba destinada para reforma do museu é proveniente da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) a qual prevê, além do fomento cultural por meio de projetos, a reforma de equipamentos culturais”, ressaltava a comunicação da Prefeitura à época (janeiro de 2025).


Publicado em: Cultura






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